8 de agosto de 2009

Confusões em mim




Vejo o gozo das feiticeiras


O entrelaçar das almas


O amor que não conhece barreiras...


O céu, beijado por estrelas...

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Sou ser / Que eu mesma crio / (RE) crio...


Sem armadilha

Presença sentida

E volto à essência... ((Então sou menina...))


Mas conheço a carne

Ritual satânico

Arder em chamas... ((Então sou profana...))

Recrio as palavras

Invento metáforas

Finjo, minto ((Então sou perigo... ))

Sinto ciúme infantil

Faço pirraça

Assisto ao próprio melodrama... ((Então sou insana...))

Mostro,

desvendo

Invado, prometo

Novamente fico calada... ((Então sou amada...))

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7 de agosto de 2009

Amor por Poesia...

Solilóquio de um Visionário

Para desvirginar o labirinto
Do velho e metafísico Mistério,
Comi meus olhos crus, no cemitério,
Numa antropofagia de faminto!

A digestão desse manjar funéreo
Tornado sangue, transformou-me o instinto
De humanas impressões visuais que eu sinto,
Nas divinas visões do íncola etéreo!

Vestido de hidrogênio incandescente,
Vaguei, um século, improficuamente,
Pelas monotonias siderais...

Subi talvez às máximas alturas,
Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras,
É necessário que inda eu suba mais!


Publicado no livro Eu (1912). In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.89. (Ensaios, 32)

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