Amor por Poesia...
Solilóquio de um Visionário
Para desvirginar o labirinto
Do velho e metafísico Mistério,
Comi meus olhos crus, no cemitério,
Numa antropofagia de faminto!
A digestão desse manjar funéreo
Tornado sangue, transformou-me o instinto
De humanas impressões visuais que eu sinto,
Nas divinas visões do íncola etéreo!
Vestido de hidrogênio incandescente,
Vaguei, um século, improficuamente,
Pelas monotonias siderais...
Subi talvez às máximas alturas,
Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras,
É necessário que inda eu suba mais!
Publicado no livro Eu (1912). In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.89. (Ensaios, 32)
3 comentários:
Menina, eu sou fã confesso de sua escrita, cada verso teu penetra na minha alma de uma forma sem igual. Grato por esse presente...
Oi minha sempre amadamiga!
O Velho Poeta viu seu comentário, com saudade!
--- Veja no meu flog, as coisas que vc disse há quatro anos atrás...
http://fotolog.terra.com.br/freeway
Beijos de agradecimento pelo que vc representou (e representa) na minha vida.
ANJES
..."há quatro tipos
de pessoas:
aquela que vem
da luz pra luz
a que vem
da luz pro escuro
aquela que vem
do escuro pra luz
e a que vem
do escuro pro escuro"...
bj
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